Rafael Ligeiro
Rafael Ligeiro é jornalista e publicitário. Escreve artigos sobre esporte, especialmente sobre automobilismo, para veículos nacionais e internacionais desde 2002. Também já atuou como redator de boletins literários das Rádios Cultura (AM e FM) e USP (FM). É goleiro nas horas vagas.
Ver artigos deste autorNa coluna Papo Ligeiro da edição de fevereiro da revista RaceF1, intitulada Pontuar: a dura missão de Caterham e Marussia, abordei a redução de problemas mecânicos nos carros de Fórmula-1 ao longo dos últimos anos. Cenário, aliás, que tende a se manter na atual temporada.
Nas quatro primeiras corridas de 2013 foram registrados apenas dez abandonos por conta dessas falhas. Isso representa 11,36% do total de largadas no ano. Embora essa marca seja superior a dos últimos dois campeonatos, que beirou os 9%, trata-se de um número baixo. Muito inferior ao de anos não tão remotos. Entre 1993 e 2002, por exemplo, em média 27% dos carros não receberam a bandeirada por conta de falhas mecânicas.
Podemos atribuir essa redução à restrição no número de motores e câmbios disponíveis às equipes por temporada. Esta, aliás, é fruto da busca da Federação Internacional do Automóvel (FIA) em conter a escalada de gastos no certame.
Se houve tempos em que times chegavam a usar dois motores em um carro no mesmo fim de semana (um para classificação e outro para corrida), atualmente tal número é limitado a oito unidades por ano – além de 11 caixas de câmbio. Com isso, as equipes são obrigadas a trabalhar incisivamente na durabilidade dessas peças.
A impressão que fica é a de que 2013 será mais uma temporada com poucos abandonos por conta de problemas mecânicos. Cenário, no entanto, que não pode ser garantido ao próximo ano. A estreia dos motores Turbo 1.6 litro deve render alguma enxaqueca às equipes técnicas da categoria – sobretudo ao início do campeonato.