Fernando Calmon
Engenheiro e consultor técnico de comunicação e de mercado e jornalista especializado desde 1967. Seus textos são publicados simultaneamente em 35 jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior. A coluna - Alta Roda - começou a ser publicada em 1999 e firmou-se como referência no jornalismo especializado pela independência e análises objetivas.
Ver artigos deste autorO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicou a quarta edição de seu Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) para avaliar o consumo de combustível. Ao considerar as várias omissões do governo federal em termos de controle da frota circulante, falta de inspeção técnica de segurança e estabelecimento de um verdadeiro programa de avaliação de veículos novos, com normas específicas para o país, que incluísse um centro de testes de colisão contra barreira, a iniciativa do Inmetro em colaboração com outros órgãos e ministérios é vitoriosa.
O programa ainda contém imperfeições, entre elas a classificação de subcompacto, compacto, médio, grande, utilitário esporte, fora de estrada, minivan, comercial e carga derivado (de autos). Mas essa, de fato, não é missão fácil ao considerar a área projetada no solo, enquanto surgem modelos difíceis de classificar hoje em dia. Manter a adesão voluntária por parte dos fabricantes merece crítica, apesar de os 105 modelos avaliados (quase 60% mais sobre 2011) responderem agora por 55% das vendas totais. A partir de 15 de abril, no entanto, a etiqueta precisará estar nos carros participantes exibidos nas lojas, a exemplo de outros países. Deveria ser obrigatório também nos manuais.
Entre os que mais respeitam os consumidores, quanto à informação fundamental, estão Fiat, Ford, Honda, Kia, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen. Outras 40 marcas à venda continuam se escondendo, mesmo que a norma NBR 7024, baseada em parâmetros dos EUA, tenha sofrido, lá como aqui, uma correção para se aproximar do modo normal de utilização por 80% dos motoristas. A desculpa comum é o conflito entre medições de laboratório (necessárias pela repetibilidade) e uso real que, às vezes, pode parar na Justiça. Porém, faz parte dos riscos do negócio.
Se todos os veículos se enquadrassem no PBEV, se evitariam algumas distorções ainda observadas. Carros da Peugeot, por exemplo, que ainda nem estão à venda, como o 508, aparecem na lista, enquanto o 408 está de fora. A outra marca do grupo, a Citroën, também está de fora.
Modelos que conquistaram a nota máxima (A) do PBVE/2012, na classificação de tamanho citada acima: Mille Fire Economy (1,0) e Uno Economy (1,4); Siena Fire (1,0), Fit (1,4), Sandero (1,0), Gol G4 Ecomotion (1,0) e Polo Bluemotion (1,6); Logan (1,0); Fusion Hybrid (2,5), Civic (1,8), Fluence (2,0) e Corolla (1,8). Nenhum utilitário esporte recebeu nota A, incluindo os pseudo-modelos \\\\\\\"aventureiros\\\\\\\". Único minivan, Doblò (1,8), também não. Duster 4x4 (2,0), Kangoo Express (1,6) e Saveiro (1,6) completam o ranking.
Alguns modelos, normalmente mais caros, são avaliados com e sem ar-condicionado ligado, além da possibilidade de utilizar caixa de câmbio manual ou automática. Assim, é preciso analisar com atenção para fazer a escolha correta. Todos os dados aparecem em http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/veiculos_leves_2012.pdf .
Ainda não foi agora que consumo e emissões de gases (chamada de Nota Verde, do Ibama) aparecem em uma única classificação. Existe uma portaria conjunta assinada. Por enquanto, de prático, só a intenção.
RODA VIVA
RUMORES dão conta de acordo entre GM (Opel) e PSA Peugeot Citroën para enfrentar dificuldades crescentes do mercado europeu. É possível que o grupo americano adquira 7% do capital do francês. Meta: administrar capacidade instalada, compras e pesquisa/desenvolvimento. Com esse movimento, operações da Fiat na Europa ficariam sob enorme pressão.
FORD não confirma, mas parece decidido que futuro novo Fiesta será fabricado mesmo em São Bernardo do Campo (SP). Na fábrica de Camaçari (BA), maior e mais moderna, ficarão EcoSport e novo Ka, que será o carro-chefe em volume de vendas da companhia. Daí a decisão de instalar na Bahia a fábrica de motores de três cilindros e a sua versão EcoBoost (turbo).
TIGUAN (R$ 115.650) mostra um dos melhores conjuntos para quem gosta de SUVs mais \\\\\\\"civilizados\\\\\\\" em termos de porte e dirigibilidade. Motor TFSI de 200 cv (turbo) e câmbio automático de seis marchas servem com folga a esse 4X4 de 4,43 m de comprimento, adequado ao uso urbano. Muito útil o freio de estacionamento automático no para-e-anda do trânsito.
EMPRESA canadense Argo se prepara para lançar no Brasil em abril o seu anfíbio 750 HDi. Trata-se de um pequeno veículo de trabalho, tração 8x8 e capaz de levar até seis pessoas, incluído o condutor. Destaques são versatilidade e capacidade de enfrentar qualquer terreno, mesmo com motor de baixa cilindrada. Pormenores: http://www.argoatv.com/.
MICHELIN E GOODYEAR estão juntas na pesquisa para produção de pneus a partir do açúcar como matéria-prima. Empresa de biotecnologia Genencor, parceira do projeto, desenvolve micróbios selecionados para obter isopreno, o derivado de petróleo usado na obtenção de borracha sintética. Ainda são necessários de três a cinco anos para comprovação de viabilidade.