Fernando Calmon
Engenheiro e consultor técnico de comunicação e de mercado e jornalista especializado desde 1967. Seus textos são publicados simultaneamente em 35 jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior. A coluna - Alta Roda - começou a ser publicada em 1999 e firmou-se como referência no jornalismo especializado pela independência e análises objetivas.
Ver artigos deste autorA participação dos SUVs no mercado brasileiro subiu de 6,8% em 2012 para nada menos de 17,4% em 2017. Do alto desses números nenhum fabricante pode deixar de atacar com mais e mais produtos. Foi exatamente o que a GM fez. Para defender sua liderança fechou a lacuna existente entre o Tracker e Trailblazer ao decidir importar do México o médio Chevrolet Equinox em sua versão de topo, a Premier.
Esse segmento inclui mais de 15 competidores, desde os nacionais Jeep Compass (este o líder em vendas destacado), Hyundai ix35 e New Tucson e até modelos mais caros da Volvo e Land Rover. No entanto, a marca americana mirou na faixa central de preço médio ponderado por vendas, que representa 50% do mercado.
A primeira surpresa é justamente o preço único de R$ 149.900. Substitui com vantagem o descontinuado Captiva por oferecer nível de equipamentos bem superior. Mesmo isento de imposto de importação, seu preço parece subsidiado pelo fabricante. Para se ter ideia o mesmo modelo, com todos os opcionais, é vendido nos EUA por cerca de R$ 120.000 (em conversão direta). Com a carga fiscal muito maior no Brasil, preço sugerido deveria superar R$ 160.000.
Seu estilo atrai, mesmo sem ousadias. A cabine tem acabamento similar ao do Cruze, com o qual partilha arquitetura. Por isso, à exceção dos bancos de couro mais requintados, há plásticos duros em excesso, porém a “pobreza” para por aí. Oferece teto solar panorâmico com abertura até o banco de trás, controle de ruído via de cancelamento por ondas sonoras, duas memórias de regulagem elétrica do banco do motorista, vedação tripla das portas, central multimídia de oito pol. com Android Auto e Apple Car Play, além de carregamento de celulares (compatíveis) por indução. Tampa do porta-malas pode ser aberta ao passar o pé por baixo do para-choque.
Apresenta um bom pacote de itens de segurança. Além de seis airbags e assistência de frenagem de emergência, há alertas de colisão frontal, ponto cego, esquecimento de pessoas ou objetos no banco traseiro e de tráfego transversal ao dar ré. Interessante é o assoalho traseiro plano, apesar de vir com tração integral. Este sistema acionado por botão pode variar de 0 a 100% a distribuição de torque não só entre os eixos, como também entre os lados direito e esquerdo.
Motor 2-litros turbo com injeção direta de gasolina entrega 262 cv, 37 kgfm e se integra de forma perfeita a um câmbio automático de nove marchas. Esse conjunto permite acelerar de 0 a 100 km/h em 7,6 s, mais rápido que a maioria dos concorrentes. A potência flui de forma contínua, com troca de marchas pouco perceptíveis. A 120 km/h, o motor quase sussurra a apenas 1.600 rpm. Por isso, o ótimo consumo anunciado de 10,1 km/l na estrada e 8,4 km/l na cidade.
Direção e suspensões muito bem calibradas conseguem lidar bem com 1.693 kg de massa total e 4,65 m de comprimento. O Equinox, apesar de altura típica de um SUV, tem dirigibilidade próxima a de um automóvel. Pena o freio de estacionamento elétrico não ter acionamento automático nas paradas, muito útil no trânsito.
RODA VIVA
APESAR de nova rodada de pressões das concessionárias Fiat para lançamento de um SUV de maior porte com base na picape Toro, está difícil a marca italiana ceder. Alega que no Grupo FCA cabe à Jeep os utilitários esporte e não haveria razão para dividir mercado com o Compass. Na Itália, porém, Jeep Renegade e Fiat 500 X saem da mesma linha de montagem.
DURANTE Fórum Brasil-Alemanha de Mobilidade Elétrica, semana passada em São Paulo, afloraram novas dificuldades para implantação no país: custo alto das estações de recarga rápida (R$ 200.000), legislação para permitir “varejo” de abastecimento em eletropostos, falta de padronização dos plugues de recarga e transição para veículos elétricos lenta demais.
DESTAQUE para o motor Booster Jet do Suzuki Vitara e sua integração com câmbio automático tradicional de seis marchas. Trata-se de um 1,4-L turbo de 146 cv e 23,5 kgfm que assegura grande agilidade ao garantir relação peso-potência de 8 kg/cv. Pareamento de telefones via wi-fi é muito prático, sem fios para atrapalhar e ótima tela multimídia central de 10 pol.
PRIMEIRO Congresso Brasileiro do Mecânico, organizado pela Infini Mídia (revistas O Mecânico e Carro), em São Paulo, mostrou público-alvo bastante interessado em novas tecnologias e de se aproximar do corpo técnico dos fabricantes de autopeças. Palestrantes abordaram todo o setor e houve até “desentendimentos” em certos aspectos mais polêmicos.
INAUGURADO em São Paulo o Museu da Imprensa Automobilística (Miau), de responsabilidade do jornalista Marcos Rozen. Ambiente aconchegante e de muito cuidado com detalhes, inclusive cafeteria temática, promove verdadeira viagem no tempo sobre a história do setor pelo lado da comunicação especializada. Entrada a R$ 15, por tempo limitado. Contato: miau.museu@gmail.com.